Cegueira Empresarial o Mar Revolto para as Organizações! Visão de Paulo Azevedo
A Erva-de-passarinho é uma planta parasita que ataca normalmente as árvores, sugando sua seiva e com o passar do tempo, se não for removida normalmente causa a morte da espécie atacada. Recebeu esse nome porque suas sementes são ingeridas pelos pássaros e mais tarde eliminadas junto com as fezes que são depositadas nos galhos mais altos das árvores. Nasce com este fato uma relação interespecífica que desarmoniza, desestabiliza e cria a situação que podemos chamar de parasitismo, em que somente o parasita, se beneficia e tira proveito da relação.
Mas o que tem a ver esse assunto com o mundo corporativo? Nas plantas o parasitismo acontece quando um vírus, bactérias, protozoários, fungos, vermes, insetos e até mesmo alguns vegetais se instala no corpo de outro com a finalidade única de extrair alimento e moradia, restando ao outro a única condição de hospedeiro. Uma relação egoísta que vai prejudicar e enfraquecer suas funções orgânicas, oprimir lentamente sua força e gerando doenças na parte afetada.
Do topo para baixo a relação é de domínio e passa sufocar qualquer tentativa de sobrevivência, pois, desde a sua germinação inicia-se o processo de exploração, lesão e aniquilação final, então a árvore bela e saudável de antes já não existe mais.
Nas empresas e organizações o efeito “Erva-de-passarinho” pode causar danos irreparáveis como: Enfraquecimento, doenças e até mesmo levá-la ao desaparecimento do mercado, mesmo sendo uma empresa forte, rentável e completamente saudável. O processo é o mesmo do que acontece nas plantas. A empresa passa a ser hospedeira ao receber o parasita desde sua “chegada” até o ataque e golpe final, e muitas vezes não tem força para reagir e tentar uma mudança.
Esse vírus, fungo ou bactéria é de difícil combate e penetra nas células organizacionais da corporação, desencadeando o processo degenerativo tornando-se impossível prever em quanto tempo a empresa hospedeira levaria para se desintegrar e isso é exatamente igual ao que acontece com uma árvore afetada.
O tempo de vida da empresa pode depender da sua atenção e visão em perceber o caminho errado que está percorrendo e isso não é muito fácil, pois, os vírus estão programados para desviar a atenção e provocar falsas ilusões tornando o olhar e a percepção já contaminada dos líderes em imagens turvas e nebulosas. A este vírus, vamos batizá-lo de “MV” Mega Vampirismo” e ao descrevê-lo a seguir logo o identificará. Ele está sempre ao lado do chefe e dos diretores, daqueles que detém o poder, diz sempre o eles querem ouvir, é o que concorda com tudo o que o chefe diz, é capaz de arrumar sua gravata e limpar seu paletó na hora da foto. Quando o patrão fala, “ele” balança a cabeça positivamente como as vaquinhas de presépios e se o chefe disser que vermelho é lindo o vírus diz: Não, é maravilhoso, é bárbaro! E isso já vi acontecer na minha frente. Sim estou falando do Puxa saco sim! ele Estará sempre disposto a agradar o chefe, pelo menos em sua frente. É capaz de colocá-lo em contato facilmente com alguém importante que conheça, joga bem no meio do campo e normalmente se o chefe ainda não percebeu, o vírus é esse enorme puxa saco. Portanto, se sua empresa for contaminada por esse vírus ele logo se espalhará pelos cantos, setores, departamentos, gerências de forma aniquiladora e irrecuperável. Estará presente nos pontos chave de sua empresa, onde “os vírus” agora multiplicados viverão sugando e contaminando-a até levá-la a morte. Normalmente esse tipo de vírus não deseja mudanças, combate a inovação, criatividade e provoca um conturbado relacionamento de uma grande parte dos funcionário. Por ser desagregador, ele é um vírus mutante, está sendo sustentado, fortalecido e se estabelecendo cada vez mais na segurança de suas fraquezas. Mas a essa altura você pode estar se perguntando: Existe remédio para erradicação do MV que se instalou em minha organização? É claro que existe, mas, é preciso ter vontade, é fundamental querer e ter desprendimento para que a solução apareça. O combate a este mal é idêntico ao combate na natureza e podemos afirmar que temos muito a aprender com a mãe natureza. O derradeiro e único remédio vem por meio da poda e como já vimos, essas ervas são bastante visíveis, ficam graúdas, ficam exuberantes e fáceis de serem notadas. A ação cabe a você e em alguns casos além da poda talvez seja necessária uma raspagem, pois, é comum mesmo com todo o cuidado, permanecer algumas sementes pequeninas grudadas em alguma parte e lá estará latente, em “stand-by”, esperando apenas a melhor estação para germinar. Saber o que precisa ser feito nós já sabemos, no entanto, fica a pergunta que merece sua resposta, nós queremos fazer o que precisa ser feito? Muitas vezes a decisão deve ser drástica. Extirpar o vírus, pode representar além da raspagem e da poda termos que cortar a árvore contaminada, para não contaminar as outras ao lado. A intenção deste artigo é de despertar a visão de vocês, líderes empresariais para certas manobras Intempestivas de certos oportunistas no sentido de manipular o poder, e conduzi-lo a favor de poucos e assim destruir o futuro brilhante de uma organização. Neste espaço, falamos do “MV”, mas, existem outros parasitas igualmente tenebrosos.
Fiquem de olhos bem abertos! Paulo Azevedo – Administrador & Consultor de Empresas.
No Comments