Rua Edson dos Reis Moura – Homenagem póstuma!
Inscreva-se aqui no canal “GARBOSA NEWS”, será privilégio nosso tê-lo por aqui!
Na maioria das vezes não nos damos conta da grande história que está por traz do nome de uma rua. Simplesmente anotamos e vamos em frente, nos dias atuais acionamos o GPS e logo chegamos. Mas qual é a história que levou o vereador Reniraldo a indicar o nome de “Edson dos Reis Moura” para a administração municipal de São João Nepomuceno que nomeou uma rua bairro Caminho Real com este nome? Pois bem, uma conversa considerando a possibilidade de homenageá-lo com o nome de uma rua teve início com o Vereador Heldemir, que não tendo mais “vagas” para que pudesse inserí-lo nas suas indicações, pois como a lei o limitava em apresentar três nomes ficou impossibilitado de realizar sua vontade, no entanto, imediatamente repassou ao Presidente da Câmara de Vereador Reniraldo, que reconhecendo o valor da homenagem e com toda boa vontade apresentou o nome do Sr. Edson dos Reis Moura que teve aprovação da câmara logo após ser colocado em votação.
O nosso homenageado ” Sr. EDSON DOS REIS MOURA” nasceu em 28/03/1927 , em São João Nepomuceno, MG, e viveu até 26/01/2006 como filho de Ezequiel Reis e Áurea de Moura Reis. Ezequiel seu pai era da família Cruz, embora não constasse em seu nome, mas, era irmão do “Cruz” da Padaria da Praça e do “Bide” do morro da Matriz, da Margarida, do Juca e tantos outros… Áurea sua mãe, cuja mãe viera de Portugal, ela também nasceu em São João e foi criada pela família Ferreira, Familiares do saudoso Dr. Nico.
Só para lembrar, o pai do Sr. Edson, o Sr. Ezequiel carregava e descarregava os vagões do trem que chegava pela via férrea que elegantemente cortava nossa cidade trazendo mercadorias e quase tudo que era consumido aqui, no caso, sacas de milho e outros. Dona Áurea foi tecelã na gloriosa e imponente Fabrica de Tecidos Sarmento, hoje “Shopping Pátio da Fábrica”, da saudades só de falar!
O casal Ezequiel e Áurea tiveram e perderam três do filhos em consequência da desidratação, então desconhecida a cura na época. O Quarto filho e primeiro a “vingar” foi o Sr. Edson. Depois dele vieram: Manoel da Cruz Reis Moura, Riza Reis de Castro, João Carlos Moura Cruz e Maria da Conceição Reis Guedes. Todos eles ao atingirem a maior idade e com a escarces de trabalhos na cidade buscaram novas oportunidades de trabalho na cidade de Juiz de Fora e Belo Horizonte. Ainda hoje vivem João Carlos Moura Cruz (Morador de Rochedo de Minas) e Maria da Conceição Reis de Castro com residencia em Contagem – MG. Ouvindo o relato do filho do Sr. Edson, o nosso conhecidíssimo e querido Padre Nei, fica registrado uma passagem da história do casal Edson e Maria Imaculada Furtado Moura: “Meu Pai ela conheceu ainda rapaz e se casaram aos 19 de novembro 1949, ela, filha de Esmeralda de Araújo Furtado e Alcebíades Valente de Mendonça. (Ambos tem seus nomes gravados em ruas do Bairro Santa Terezinha). Dona Maria Imaculada, hoje vivendo seus abençoados 90 anos, tem residencia domiciliar no bairro Santa Rita, junto a “Rua Coronel José Mendes”. Na foto logo acima ficou registrado as Bodas de Ouro em Novembro 1999 – Detalhe da festa no Clube Trombeteiros.
O Sr. Edson começou a trabalhar muito cedo e com as constantes necessidades que eram grandes pelas quais passaram sua família Sr. Edson trabalhava duro, sempre buscando fazer o melhor que podia e fez. Segundo seu filho, Padre Nei, existia uma forma jocosa do Sr. Edson falar: “Embora não tenham passado fome ele dizia: “Comemos muita abóbora que os vizinhos doaram”. Trabalhou na fábrica de Calçados Dragão, hoje Shopping Aliança. Na sequencia por um breve período chegou a trabalhar como garçom na Cidade de Ponte Nova – MG. Mais tarde e retornando a São João exerceu conjuntamente as funções de Retireiro na fazenda do Leônidas Maurício, pai do Afonso e João Gualberto, ambos bem conhecidos em nossa cidade. Trabalhou como alfaiate com o conhecidíssimo Pimpa, este também homenageado na mesma ocasião com seu nome colocados em uma das ruas do “Caminho Real”. Posteriormente tornou-se funcionário dos Correios, onde inicialmente fora contratado como carteiro, seguindo por trabalhar internamente, uma pequena transferência para Juiz de Fora – 1971-1972) e que ao retornar a nossa cidade ocupou o cargo de Gerente da Agência, nesta época morou por aproximados 09 anos no apartamento que existia em cima da agência dos Correios. Aposentou-se como Agente Postal, cargo que conseguiu depois de fazer um supletivo de Primeiro Grau em um curso noturno na Cidade de Juiz de Fora e uma preparação de 06 meses no Centro de Treinamento dos Correios em Belo Horizonte. Na profissão ajudou à algumas pessoas com indicações que os levariam a ingressar nos Correios, claro que depois de testes de qualificações e aptidões e é possível que todos encontra-se hoje ou quase todos aposentados.
Paralelo ao trabalho dos Correios ele foi representante do “Jornal do Brasil” e do “Estado de Minas” tendo alguns assinantes de ambos, muito embora ele não gostasse muito deste último, dedicando a maior parte de seu tempo ao Jornal do Brasil. Padre Nei revela: “Ele gostava tanto do trabalho que minha mãe tinha ciúmes”.
A verdade é que o Sr. Edson gostava mesmo de trabalhar e ficar parado nem pensar, por isso, depois de aposentado continuou a trabalhar e desta vez numa loja de tecido a katita, que existia próximo à Rodoviária. Num resumo, podemos dizer que foi um homem muito ligado à COMUNICAÇÃO, nas mais diversas fomas. Foi um homem comunicativo, trabalhou junto ao Sr. João da TV no Clube de assinantes que ajudavam na manutenção da Torre de TV, e que em tempos muito difíceis muitas vezes era necessário irem a noite, finais de semana para reativarem o sinal das antenas de telecomunicações. Há relatos que quando ainda nos correios procurava até uma “Dona Maria na Santa Rita” carta que viera sem enderenço, o objetivo era o de não permitir voltar tal correspondência e para que a mesma não deixasse de recebe-la. Lutou pela implantação do sistema de envio de Roupas pelo SEDEX, que durante algum tempo as Confecções passaram a utilizar. Um conhecedor do sistema Morse, Trabalhou com o Teletipo, sistemas superados hoje e por muito tempo percorreu longas caminhadas pelos pastos de São João à Juiz de Fora para descobrir se havia rompimento dos fios que compunham a rede de comunicação.
Mas sua especialidade comunicativa ficou mesmo por conta dos “causos” que amava contar e da rede de notícias que participava todos os dias nos balcões do “Bar Central’, local onde tomava café todos os dias e cultivava muitas amizades. Extremamente brincalhão, tinha bom humor duradouro por quase todo o dia! Viveu casado 56 anos, teve 04 filhos Lúcia Helena Furtado Moura, Luiz Carlos Furtado Moura, Paulo César Furtado Moura, todos moram fora de São João Nepomuceno há mais de 30 anos e claro o filho Padre Nei Ângelo Furtado Moura que mora em São João Nepomuceno, MG.
Soubemos que até seus últimos dias de vida se dirigia à Rodoviária, onde numa mesinha encostada separava os jornais para cada assinante, que o recebia das mãos de alguns meninos que entregavam para ele. Alguns deles foram encaminhados a empregos formais por sua ajuda e intercessão. Podemos afirmar que foi uma pessoa de ambição do tamanho de suas potencialidades. Sonhava com a luta difícil em criar sua família e com ele mesmo dizia repete Padre Nei: “Quero ter uma casa e um carro e deixar o suficiente para sua mãe não passar necessidade”, sendo estes os bens que deixara como herança. Além é claro do amor sem medida de sua esposa e filhos, estes imateriais, mas, que ele tinha certeza ao final de sua vida de os possuir. Bem é essa a história de um homem comum e muito amado pelos seus. Deixou uma saudade que uma rua não amenizará, mas, deixa registrado que sua luta por justiça, dignidade, amizade, honestidade e carinho para com as pessoas não passaram em vão! Fica aqui nossos parabéns a toda a família do Sr. Edson dos Reis Moura!
No Comments