Botafogo x Mangueira – 1959, a primeira goleada do clássico
Botafogo
Em pé: José Acrísio, José Heleno Albuquerque, Quirino, Ivan, Ribita e Caeira.
Agachados: Pilintra, Coleiro, Guará, Sebastião Matos, Vanderlei e Pilão(massagista).
Mangueira
Em pé: Gregório, Bezerra, Benito, Miguel Pullier, Lelé e Arimateia.
Agachados: José Ronaldo, Raul, João Bosco, Eduardo Bezerra(mascote), Carradinha e Cid
As fotos que ilustram esta matéria, são do dia do jogo.
“Goleada no clássico são-joanense – Batido o Mangueira espetacularmente pelo Botafogo por 5×0
Dr. Alpheu Rocha, na época colunista de esportes do jornal “Voz de São João”, descreveu desta forma o encontro que aconteceu em 1959, no campodo Botafogo:
“A impiedosa goleada que o Botafogo impôs ao Mangueira na tarde de domingo último, valendo pelo certame da LAB, parece, a primeira vista, um absurdo, coisa inacreditável.
Mas, quem esteve presente a praça de esportes “Horácio Furtado de Mendonça” e viu com a cabeça fria o drama vivido pelo baeta, absolutamente, não se espantou. Era uma coisa inevitável e lógica.
Expor o quadro num compromisso de envergadura de um clássico Botafogo x Mangueira, é uma coisa séria e requer muita cautela e estudo. O Mangueira, nas condições atuais, não podia, em hipótese alguma, adotar o sistema de jogo de igual pra igual, contra o seu tradicional adversário.
O principal fator contra a tática empregada, é justamente a ausência completa de “meio campo” no quadro do Mangueira. Ora, num campo largo como o do ‘Glorioso’, um time, tendo pela frente um adversário melhor preparado e com vontade férrea de vencer, sem contar com “meio de campo” e ataque inoperante, logicamente cairá inapelavelmente. É bem verdade que o Mangueira ficou sem goleiro aos 11 minutos da segunda fase, quando Bezerra, devido a um entorse no pé, teve de abandonar definitivamente o campo. José Ronaldo foi para o arco. Mas, a esta altura, já vencia o Botafogo por 2 a 0 e tinha o adversário a sua mercê.
Éramos de opinião que o Mangueira deveria adotar a tática do “ferrolho” (4-4-2) desde o início da peleja. Poderia perder, não duvidamos, mas dificilmente por aquela margem.
O primeiro tempo terminou sem abertura de contagem, apresentando um Botafogo mais perigoso, tendo obrigado Bezerra a um trabalho insano e com duas bolas se chocando na trave. Ao findar esta fase, notava-se o cansaço de alguns jogadores da defesa rubra, como Miguel, Arimateia e Gregório.
O Botafogo iniciou a etapa complementar disposto a arrasar o antagonista. Os rubros, já sem fôlego, cediam terreno. Aos 7 minutos, Pelintra entra na área pela direita e finaliza com violência, vencendo a perícia de Bezerra. Estava aberta a contagem. Três minutos após, Matos cabeceia ampliando o marcador, tendo a nosso ver, falhado Bezerra neste lance. Instantes depois, Bezerra, ao cobrar tiro de meta, torce o pé e sai do campo carregado, recuando então José Ronaldo para o arco.”
Vale lembrar que, naquela época, as substituições somente eram permitidas até o final da primeira etapa. Por esse motivo, um jogador “de linha” foi para o gol, e o Mangueira ficou com 10 elementos).
“O pânico se apoderou dos defensores rubros e mais três tentos foram consignados respectivamente por Coleiro (cobrando sensacionalmente penalidade de fora da área), Matos e Guará (falha de José Ronaldo).
Com o escore de 5×0 favorável ao Botafogo, termina a peleja. Foi uma vitória justa e merecida. Soube o alvi-negro explorar bem as falhas do adversário, colhendo um expressivo triunfo, difícil de ser igualado.
Matos, Wanderley, Coleiro e Ivan foram as principais figuras do onze vencedor. Os demais com regular desempenho.
No baeta, a rigor somente Benito, Bezerra e Lelé se salvaram. Os restantes, meros espectadores, principalmente o ataque… uma gracinha.
O árbitro do encontro foi Silveirinha, com ótimo desempenho.
Botafogo: Quirino; José Heleno e Caieira; Ivan, José Acrísio e Ribita; Guará, Pilintra, Matos, Coleiro e Wanderley.
Mangueira: Bezerra; Miguel e Benito; Gregório, Arimateia e Lelé; José Ronaldo, Raul, João Bosco, Cid e Carradinha.”
Abraço a todos e até a próxima se Deus quiser!
No Comments