Elias Lamah: libanês de nascimento , são-joanense de coração – sua história de vida
Por Nilson Magno Baptista
Elias Lamah nasceu no Líbano em 1894 e faleceu aos 73 anos, em São João Nepomuceno, sua cidade do coração, onde viveu a maior parte da sua existência, Sua morte foi anunciada nas páginas da “Voz de S.João” de 28 de maio de 1967, edição nº 1538, ano 31, e aqui trazemos alguns trechos da nota de falecimento:
“ Às 12 horas de segunda-feira última, quando almoçava calmamente ao lado dos seus, foi vitimado por um colapso o prestimoso e boníssimo sr. Elias Lamah, pessoa bastante conhecida e grandemente estimada em nossa cidade. Seu passamento inesperado causou verdadeiro choque emocional, não só nos seus entes queridos como a tôda população são-joanense que admirava as qualidades e o espírito realizador do progressista filho do Líbano milenar, cuja vida proveitosa e útil à família e à coletividade extinguiu-se assim de modo tão abrupto e chocante”
“Elias aqui chegou ainda na idade infanto juvenil, acompanhado de seus pais e seus irmãos Jorge e Salim, que vinham tentar a sorte no novo el dorado, aqui casara-se mais tarde com Adélia Chalub, da conhecida família Chalub, de cuja união nasceram os seguintes filhos: Walter Elias Lamah, casado, representante comercial no Rio de Janeiro, Albert, casado, sócio da Transportadora Barcelos, sediada no Rio de Janeiro e com ramificações em outras praças do país, Renê, casado, comerciário na Guanabara, Rizete, de prendas domésticas, Rizza, professora no Ginásio, Colégio Comercial S.João Nepomuceno e Colégio Normal “D.Prudenciana” e a saudosa Lurdinha. Seis netos completam sua descendência”.
“ Seu sepultamento realizado às 11 horas de terça-feira, no cemitério local, contou, como dissemos, com um acompanhamento incalculável, tendo comparecido incorporados os alunos dos educandários em que lecionava sua filha Rizza Lamah, tendo na ocasião o comércio cerrado meia porta. À beira de seu túmulo discursaram o tabelião Augusto Veiga, o cidadão Francisco Marinho e o sr. Gilson Lamha, Prefeito Municipal de Bicas, pela família do falecido”.
Segundo informava ainda a matéria do jornal o sr. Elias instalou uma das primeiras fábricas de móveis de São João Nepomuceno, tendo também construído um moderno prédio de três pavimentos em nossa rua principal, a Coronel José Dutra.
Um anúncio do jornal, por nós encontrado em pesquisas, o sr. Elias nos coloca a par do fato de que o Sr.Elias foi, também, proprietário de uma empresa funerária.
Era exímio negociante e conta-se que comerciava de tudo, desde aves, animais exóticos (possuía araras, uma cobra jiboia, entre outros bichos). Recentemente recebemos a informação de que ele enviava ofídios (cobras capturadas na região) doados para pesquisas e produção de soro antiofídico na Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro
Pela Lei nº 554, de 14 de agosto de 1973, sancionada pelo então prefeito José Zeferino Barbosa, a rua que tem início na rua Capitão Braz e termina na Avenida Tiradentes, conhecida como “Beco do Gás” passou a denominar-se “Elias Lamah”.
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