Hélio Roberto Barroso Silva, o Beto Vampiro.
Na última matéria deste ano, No Giro da Bola tem a honra de entrevistar Hélio Roberto Barroso Silva. Abaixo alguns trechos extraídos do vídeo acima.
Assista ao vídeo e leia o texto.
“Eu nasci em São João Nepomuceno, no dia 16 de dezembro de 1941, numa casa da Rua Pres. Getúlio Vargas, rua do Judite, próximo a Maçonaria. Meu pai passou num concurso para Juiz de Direito e nos mudamos para Guarará. Foi lá que começou a história do futebol, pois, toda tardinha jogávamos peladas no campo do Guararense.
Com 14 anos, retornei para São João e fui convidado pelo amigo Boil para treinar no infantil do Botafogo. Lembro-me bem deste time: Boil no gol; Zé Pequeno e Zé Clemente; Enéas Pilão, eu e Garrincha; Rio Novo, Heleno Florete, Dão, Maurinho Knop e Titéia. Fiquei no Botafogor um ano.
Mas, nesta mesma época, meu primo, José Carlos Souza Campos, jogava pelo Mangueira e me disse: “vamos lá para o Mangueira que você vai direto para o aspirante”. Aceitei e lá joguei com o goleiro Barroso, Cid”baixinho”, Potoca… Foi aí que enraizou o Mangueira e não teve mais jeito de sair.”
Qual o melhor companheiro de ataque? – Casinho foi um grande jogador.
Antes das partidas qual jogador lhe tirava o sono? Por ser muito bom ou desleal. – Em termos de violência, Benício “boi”. Agora, na qualidade técnica, Coleiro. Ele era sensacional.
Qual partida você terminou com este sentimento: hoje eu acabei com o jogo” – Início dos anos 60, Botafogo e Mangueira no campo do Botafogo. O Mangueira venceu por 3×1. Eu fiz um e o Veronezi fez 2 gols.
E para esquecer? – Teve um jogo entre Operário e Mangueira onde perdemos por 7×0. Eu vim de Juiz de Fora para jogar esta partida, mas, o Operário tinha um timaço. Schimit, Sebastião Matos…
Qual o melhor jogador desta época? – Tem mais de um. Coleiro, Sebastião Matos, Raul Messias e Casinho. Estes quatro eram feras.
Um dirigente – Também, mais de um. Bolote, Dr. Mário Zágari, Élton Nascimento…
Uma curiosidade – Vale lembrar que, naquela época, torcedores e jogadores do Botafogo comemoravam no Bar Central, e os do Mangueira no Dia e Noite.
Mangueira 0x6 Botafogo RJ(juvenil), em 23 de abril de 1961; qual a lembrança desta partida? Eu estava neste jogo. Timaço do Botafogo com Zé Carlos na zaga, Dimas, Dedé, Jairzinho… Mas como eu tinha visto o outro jogo deles(Botafogo de São João 0x9 Botafogo RJ), eu falei para o Quincas: aquele Zé Carlos não é bom no jogo aéreo. Joga uma por cima dele que eu vou na cara daquele goleiro. Não deu outra. Depois do lançamento eu fiquei próximo de marcar o gol, mas, quando vi aquele gigante do goleiro do Botafogo crescendo pra cima de mim, eu toquei e pulei de lado para evitar o choque. Infelizmente, a bola subiu e “morreu” na rede atrás do gol. Eu fiquei lamentando: Puxa! Podia ter feito um gol no Botafogo…
E a trajetória no time do Banco de Crédito Real? – Em 1961, fui para Juiz de Fora e comecei a trabalhar no banco. O João Bosco estava saindo do time e me convidou para jogar no time. Então, joguei, agradei e fui artilheiro por dois anos. Fomos campeões, salvo engano, 63, 64 e 1965.
Uma passagem engraçada – Num jogo de máster entre Operário e Mangueira o Netinho Soares estava apitando. Eu cheguei atrasado e entrei de cabeça de área com a partida em andamento. Na minha primeira jogada, “cheguei chegando”. Entrei duro no adversário e o Netinho marcou falta. Eu não tinha nem encostado o pé na bola e o Netinho me expulsou. Quase que bati nele.
Obrigado ao amigo Beto pelo bate papo.
Aproveito para desejar a todos que nos acompanharam neste ano de 2020, um abençoado 2021 repleto de saúde, paz e objetivos alcançados.
Abraço a todos e até a próxima, se Deus quiser.
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