O menino e o Coronel
Por Nilson Magno Baptista
Quando menino, de 12 para 13 anos, eu tinha uma grande admiração por meu tio Manoel, irmão de minha mãe. Ele era Coronel da Polícia Militar de Minas Gerais e ocupava a mais alta função de sua carreira como Juiz Presidente do Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais. Na intimidade, porém, tio Manoel era extremamente bem-humorado e brincalhão.Certa vez meu tio esteve em São João Nepomuceno , se hospedou em minha casa, e junto com ele veio seu motorista ,cabo Faria,que o conduzia a todos os lugares no carro oficial do Tribunal de Justiça Militar.Não lembro o local,mas meu tio tinha um compromisso oficial e para lá estava se dirigindo quando me convidou para acompanhá-lo. Cheio de contentamento me aprontei rapidamente, pois aquele seria um dia muito importante,em que eu desfilaria ao lado do meu tio Coronel pelas ruas da cidade, no carro oficial dirigido pelo Cabo Faria.Numa determinada rua havia uma placa indicando contramão,mas tio Manoel,para ver qual seria minha reação,ordenou ao Cabo Faria que seguisse em frente.Eu,menino sério que era,ao ouvir as palavras de meu tio,imediatamente protestei : ¨Não tio,por ali não!É contramão, e o senhor, como Coronel, deveria dar o exemplo!¨. Nesse momento , meu tio, que já esperava minha reação, caiu na gargalhada, seguido pelo Cabo Faria, que, apesar dos esforços, por estar ao lado de um oficial superior, não conseguiu conter o riso. E este fato jamais se apagou da minha memória.
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