S. João Nepomuceno perde um cidadão exemplar
Por Nilson Magno Baptista
Há pessoas simples e trabalhadoras que acabam passando pela vida praticamente sem serem notadas, pois seus gestos, muitas vezes de nobreza e desprendimento, raramente são divulgados ou reconhecidos.
Recentemente perdemos um amigo, vítima do câncer, com quem tivemos a grata satisfação de conviver por vários anos, e desse cidadão que, partiu deste mundo material às vezes cruel e injusto, temos um interessante relato a fazer.
Entre os anos de 1990 e 2000, atuei como secretário na Associação de Moradores do Bairro Três Marias, sendo presidente nosso companheiro Eníudes Xavier Sobrinho, conhecido popularmente como “Gordo”.
Certo dia, Eníudes foi procurado por alguns moradores do bairro que solicitavam solução para um problema: o caminhão da Prefeitura, que realizava a coleta do lixo estava “quebrado” e o serviço não poderia ser realizado, causando preocupação com o acúmulo de lixo nas ruas. O presidente do bairro tomou, então, a seguinte medida: contratou, com recursos próprios da Associação, um caminhão particular, reuniu vários moradores e, junto com eles, colocou a mão na massa. Em poucas horas todo o lixo do bairro havia sido recolhido. Outra atitude notável do nosso amigo foi quando, aproximando-se do término da construção da capela de Nossa Senhora das Graças, protetora do bairro Três Marias, Eníldes marcou uma reunião para ouvir diretoria e moradores a fim de deliberar sobre a compra do sino que seria instalado no templo e recebeu o “sinal verde” para que recursos provenientes do caixa da Associação fossem disponibilizados para ajudar na aquisição do sino.
Outros presidentes de Associação passaram pela história do bairro Três Marias, mas registramos aqui a passagem de Eníudes Xavier Sobrinho para que sirva de exemplo aos que venham a pleitear esse cargo no bairro futuramente, servindo também para os demais bairros da cidade.
Sugerimos ainda que as pessoas reflitam sobre o fato de que as Associações precisam de apoio, até mesmo de ajuda financeira ( tipo contribuição mensal) de um valor, pequeno que seja, três reais, por exemplo, de cada família residente, para que a entidade não fique dependendo, em suas necessidades, apenas da administração pública. A associação, possuindo dinheiro em caixa, terá como executar pequenos serviços pelo bairro, além é claro de contar com os serviços públicos, que são obrigatórios e financiados pelos impostos que pagamos. É como se diz: “uma mão lava a outra”.
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