Collor atrás das grades: Lava Jato vale só quando interessa ao STF?

Collor atrás das grades: Lava Jato vale só quando interessa ao STF?

O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25), por volta das 4h, em Maceió (AL), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão, tomada na véspera, determinou o imediato cumprimento da pena imposta a Collor em um processo ligado à Operação Lava Jato — a mesma que levou à prisão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, posteriormente solto e politicamente reabilitado.

Segundo informações do advogado do ex-presidente Marcelo Bessa, Color – ex-presidente foi detido quando se deslocava voluntariamente para Brasília, com o intuito de se apresentar às autoridades. Ele permanece custodiado na Superintendência da Polícia Federal na capital alagoana.

A condenação é fruto das investigações da Lava Jato e aponta envolvimento de Collor em esquemas de corrupção, contratos fraudulentos e desvio de recursos públicos — um roteiro familiar na história recente da política brasileira.

No entanto, o episódio reacende uma polêmica cada vez mais presente: a Lava Jato passou a ser um instrumento utilizado seletivamente, conforme os interesses e humores do STF?

Enquanto alguns condenados têm penas anuladas ou processos desconsiderados, outros são levados à prisão com base nos mesmos fundamentos jurídicos. A dúvida que paira no ar é inevitável: há um critério técnico ou político por trás dessas decisões?

Com Jair Bolsonaro no centro de diversas investigações em andamento, cresce a especulação sobre quem poderá ser o próximo alvo — ou, dependendo da conjuntura, o próximo beneficiado.

A prisão de Collor, embora significativa, levanta questões incômodas: Será que estamos vendo o renascimento da Lava Jato como símbolo de justiça imparcial?
Ou sua reaparição seletiva, conforme a conveniência do momento? Se for para prender, que se use a Lava Jato. Se for para soltar, que se anule a Lava Jato. Esse é o padrão? A dúvida permanece. O Brasil assiste — e espera.

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