Azul levanta R$ 1,66 bilhão em oferta de ações, mas enfrenta pressão no mercado em meio a cenário desafiador da aviação
Por Garbosa News – Atualizado em 24 de abril de 2025
As ações da Azul Linhas Aéreas (AZUL4) amargaram forte queda nesta quinta-feira (24), liderando as perdas do Ibovespa, reflexo de um ambiente de incertezas no setor aéreo e da repercussão da recente operação de captação de recursos da companhia. A empresa concluiu na noite de ontem uma oferta pública primária de ações preferenciais (follow-on), que movimentou R$ 1,66 bilhão. Com a emissão de 464 milhões de novas ações ao preço de R$ 3,58 cada, o capital social da Azul passou a ser de R$ 7,13 bilhões. A operação faz parte de um plano estratégico de reestruturação financeira, focado principalmente na conversão de dívidas com vencimento em 2029 e 2030 em ações — um processo conhecido como equitização.
Fortalecimento da estrutura de capital
A Azul vinha sinalizando ao mercado a intenção de utilizar os novos papéis como forma de pagamento aos credores, em uma tentativa de reforçar sua saúde financeira sem recorrer a novos endividamentos. A emissão inicial previa 450 milhões de ações, com possibilidade de chegar a 700 milhões e levantar até R$ 4,1 bilhões. No entanto, apenas parte do volume adicional foi absorvido.
Esse movimento ocorre em um momento de baixa liquidez global e maior aversão ao risco por parte dos investidores. A aviação comercial, que já vinha se recuperando gradualmente do impacto da pandemia, agora enfrenta uma nova onda de incertezas geopolíticas e econômicas.
Cenário internacional afeta o setor
A atual guerra comercial entre grandes potências e a alta dos custos operacionais — como combustível, leasing de aeronaves e manutenção — têm pressionado os balanços das companhias aéreas em todo o mundo. Além disso, o câmbio desfavorável e a inflação de insumos adicionam camadas de complexidade para empresas que operam com margens estreitas.
Mesmo com os esforços para reduzir sua alavancagem, a Azul precisa lidar com um ambiente onde o acesso ao capital está mais restrito e caro. A reestruturação, embora estratégica, foi interpretada com cautela pelos investidores, refletindo na desvalorização imediata dos papéis.
Perspectivas para o setor e para a Azul
Especialistas apontam que a Azul, assim como suas concorrentes, deve continuar buscando alternativas para reduzir custos e melhorar a rentabilidade. O foco agora está em ajustes operacionais, renegociação de contratos e busca por eficiência no uso da frota. Apesar da pressão de curto prazo, analistas ainda veem potencial de valorização para as ações da companhia no médio e longo prazo, principalmente se houver melhora no ambiente macroeconômico e uma retomada mais consistente da demanda por viagens aéreas. A performance da Azul nos próximos trimestres será decisiva para o mercado avaliar a efetividade de sua reestruturação e a capacidade da empresa de atravessar o atual período de turbulência no setor aéreo global.
O grafico a seguir destaca visualmente a queda nas ações da Azul (AZUL4) após o anúncio da oferta pública, reforçando o impacto imediato no mercado.




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